​Já se foi o tempo em que viajar para fora era sinônimo de economia. A alta carga tributária brasileira sempre fez com que produtos adquiridos fora do Brasil saíssem, pelo menos, pela metade do preço. No entanto, o brasileiro viu a sua moeda perder mais da metade do seu poder de compra de um ano pra cá. De acordo com números da Thomson Reuters, nos últimos 12 meses o dólar comercial se valorizou 54% frente ao real. Nesse cenário, até a famosa “paradinha” no DutyFree não tem atraído mais tanta atenção dos cansados viajantes na volta ao país.

Mas afinal, ainda vale comprar produtos no exterior?

Primeiramente é preciso entender todos os fatores que influenciam essa tomada de decisão. Veja uma pequena lista de coisas que costumam passar despercebidas na hora da compra:

Cotação

Você já fez a conversão e o produto está mais barato que no Brasil, ok. Mas, em tempos de instabilidade econômica, a cotação pode variar muito e mais rápido do que você está esperando. Por isso, fique atento à data de fechamento do seu cartão. Do contrário, você pode comprar um produto a 100 dólares na cotação de hoje mas ele pode ser faturado em seu cartão com cotação maior na data de fechamento.

IOF

Algumas pessoas não se atentam, mas além de converter do dólar para o real é preciso acrescentar o imposto (mais um) de 6,38% sobre o produto que está sendo adquirido em moeda estrangeira.

Parcelamento x Pagamento à Vista

Se por um lado pagar menos pode ser bem vantajoso, por outro temos que considerar que não existe compra parcelada em viagens ao exterior. Comprar um produto à vista e depois não ter “fôlego” para quitar toda a fatura do cartão pode criar um efeito inverso na sua estratégia para economizar. Isso nos leva ao próximo item.

Juros de Cartão

Se você não consegue pagar toda a fatura do seu cartão, lembre-se: os juros de cartão de crédito no Brasil são os maiores do planeta. De acordo com o Banco Central, em julho deste ano a taxa de juros bateu recorde histórico e foi a 395,5% a.a.

Declaração à Receita

Até 500 dólares em produtos comprados no exterior e você está livre de impostos. Acima disso é preciso pagar 50% de impostos sobre o excedente. Caso você não declare o produto e seja pego no raio-x, você paga 50% de imposto e mais 50% de multa. Quanto maior o tamanho do produto, mais difícil não ser pego.

Agora que você já verificou todos esses itens, vamos a alguns exemplos do que ainda vale buscar lá fora:

iPhone

Sim e não. Os modelos do 6 para trás já não valem, com a cotação atual. Prefira parcelar aqui mesmo (e mantenha sua garantia local). O iPhone 6S vale comprar nos EUA. Primeiro, porque ainda não vende no Brasil. Segundo, porque o preço de lançamento já divulgado se mostrou exorbitante: cerca de 4 mil reais, o modelo mais básico.

Notebooks em geral

Sim! A disparidade entre os preços praticados no Brasil e nos EUA (e também UE) é tão grande que mesmo com o dólar tão caro ainda é possível obter boa vantagem buscando esse produto fora.

Produtos de Beleza

Definitivamente não. Esse setor trabalha com uma das maiores margens do mundo. Seu preço elevado está atrelado a percepção de valor e não aos custos de fabricação e/ou importação. Por essa razão é muito comum ver essa indústria trabalhar com mais flexibilidade de preços em tempos de “vacas magras”. É esperar e ver. ☺

PlayStation 4

A sony já começou a fabricar seu console top de linha do Brasil. No entanto, o preço caiu apenas cerca de 300 reais. Mesmo com o dólar a 4 reais, o preço do aparelho por lá ainda sai quase R$ 1.000,00 mais barato do que aqui.

Roupas

Sim para outlets (sempre!) e não para lojas comuns. Embora você provavelmente não esteja comprando algo da última coleção, a economia é muito grande.

Dica para viagens:

Com a crise as companhias aéreas estão liquidando passagens, inclusive na classe executiva! Confira algumas tarifas do Mundi neste link aqui.

O conselho final é, como bom brasileiro, barganhar sempre e ficar atento à possibilidade de usar cupons de desconto em suas compras. Afinal, na terra do Tio Sam, descontos em forma de cupom é um tradição de mais de 100 anos.

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Boa sorte!

Escrito por: Vítor Clemon

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*Os descontos acima ou cupom de desconto foram vistos para o dia da matéria e podem mudar sem aviso prévio.